O governo federal apresentou, no dia 2o de dezembro, mais um programa para incentivar investimentos na infraestrutura do país. Na ocasião, o alvo foi o setor aeroportuário. Desde setembro, outros pacotes de medidas e obras foram lançados para os mercados de energia elétrica, rodovias, ferrovias e portos.
Nos aeroportos, o governo federal decidiu adotar novamente o modelo de concessão em mais dois terminais. Nas concessões, a responsabilidade de investir em obras de expansão e modernização da capacidade e de operar e manter os serviços em boa qualidade passa a ser do empreendedor privado. Vale lembrar que a União adotou o mesmo procedimento para três dos maiores aeroportos do Brasil no início de 2012: Campinas, Guarulhos e Brasília.
Além das concessões, o governo federal decidiu criar uma rede mais robusta de aeroportos regionais e incentivar as companhias aéreas a estabelecer rotas aéreas para essas localidades. A ideia é oferecer voos em muitas localidades ainda não atendidas pelo transporte aéreo.
A imprensa brasileira divulgou as decisões do governo federal e buscou outros aspectos paralelos nos dias seguintes, como taxa prevista de retorno ao capital investido, preços futuros de tarifas e distribuição de voos.
Novos ângulos – De matéria do Financial Times sobre aeroportos regionais no Reino Unido, fica a sugestão de aprofundar o tema a partir de novos ângulos.
O governo do País de Gales vai novamente trazer para o poder público a responsabilidade de administrar e investir no aeroporto de Cardiff.
A reportagem é interessante porque traz informações e opiniões do aeroporto regional de lá que podem servir de ponto de partida para uma matéria similar.
– Os aeroportos regionais podem sofrer com a ‘força gravitacional’ exercida pelos maiores aeroportos?
– Quais os nichos de mercado em cada região que podem transformar os aeroportos regionais em bons negócios?
– As normas de regulação existente no Reino Unido – ou em outros centros europeus – podem servir de parâmetro para desenvolver uma rede de rotas e de voos pelo interior do país (sem a qual os aeroportos regionais ficariam esvaziados)?
– Aeroportos regionais relativamente próximos uns dos outros podem dificultar a captação de passageiros e negócios e criar uma concorrência predatória, ruim para ambos?
Mercado virgem – As perguntas acima surgiram após a leitura da matéria do jornal britânico Financial Times e podem servir de parâmetro para reportagens sobre esses negócios no mercado brasileiro.
O Brasil não tem experiência com um mercado regional de aviação e por isso pode ser mais difícil imaginar quais perguntas devem ser feitas. Nesses casos, a saída é buscar casos reais em países nos quais o setor está mais consolidado e tanto as dúvidas quanto as oportunidades são mais claras.